Unravelling the foraging behavior of the southern stingray, Hypanus americanus (Myliobatiformes: Dasyatidae) in a Southwestern Atlantic MPA

Previous study suggested that the southern stingray (Hypanus americanus) displays a marked ontogenetic shift in its habitat use in the Fernando de Noronha Archipelago (FNA), an attractive touristic spot in Brazil, that could be associated with changes in its feeding habits and foraging strategies. Here, we conducted underwater visual surveys (~100 h a 3 years' study) at this site to describe the foraging behavior of the same species in details and to assess diel patterns in activity. We observed that H. americanus is capable of several complex and highly plastic behaviors (we described more than 21 of them) while foraging. The foraging events' timing appears to be related to the size (as well as sex) of the stingrays, environment and depth. In addition, our results support a segregation of habitat mediated by the size and sex of the stingrays, but it is able to modulate its foraging repertoire based mainly on environmental stimulus. Finally, we found that H. americanus forage intermittently throughout the day and tidal cycle, yet are less active during non-crepuscular periods and at flood and ebb tides. These results, coupled with the fact that the species uses both reef and beach environments, should be considered by decision makers in management plans.(AU)

Um estudo anterior sugeriu que a raia-prego (Hypanus americanus) apresenta uma marcante mudança ontogenética no seu uso de hábitat no Arquipélago de Fernando de Noronha (FNA), local turístico atraente no Brasil, que pode ser associado a mudanças em seus hábitos alimentares e estratégias de forrageamento. Aqui, nós conduzimos amostragens visuais subaquáticas (~100 h em 3 anos de estudo) nesse local para descrever o comportamento de forrageamento dessa mesma espécie em detalhes e acessar seu padrão de atividade diário. Nós observamos que H. americanus tem capacidade para comportamentos complexos e altamente plásticos (nós descrevemos mais de 21 deles) enquanto forrageia. O tempo dos eventos de forrageamento parece estar relacionado com o tamanho (e também sexo) das raias, ambiente e profundidade. Além disso, nossos resultados apoiam a ideia de uma segregação de hábitat mediada pelo tamanho e sexo das arraias, mas que ela é capaz de modular seu repertório de forrageio baseado principalmente em estímulos ambientais. Finalmente, nós descobrimos que H. americanus forrageia de forma intermitente ao longo do dia e ciclos de marés, mas é menos ativa durante os períodos não-crepusculares e nas enchentes e vazantes das marés. Esses resultados, somado ao fato que a espécie utiliza tanto ambientes recifais quanto praianos, devem ser considerados pelos tomadores de decisão em planos de manejo.(AU)

Feeding ecology of elasmobranch species in southeastern Brazil

The feeding ecology of five elasmobranch species was studied on the southern coast of Rio de Janeiro, southwestern Atlantic Ocean. The specimens were caught with a trawl or bottom longline between January 2006 and August 2007. The diets of Psammobatis rutrum and Psammobatis extenta appeared to be basically carcino-benthophagous, with a very small niche width. Rioraja agassizii was basically carcino/ichthyo-benthophagous, also with a narrow niche, including teleost fish and shrimp, but in different proportions according to age and sex. Rhizoprionodon lalandii was ichthyophagous, not influenced by age or sex. The analyses of these species and Atlantoraja cyclophora indicated two trophic groups: one composed of the smaller rays, P. extenta and P. rutrum, which basically fed on small crustaceans, polychaetes and nematodes; and the other of R. lalandii and the larger rays R. agassizii and A. cyclophora, which preyed on teleost fish and brachyurans.(AU)

Devido à lacuna de conhecimento sobre os elasmobrânquios estudamos a ecologia alimentar de cinco espécies desse grupo, no litoral sul do Rio de Janeiro. Os exemplares foram capturados por rede de arrasto e espinhel de fundo, entre janeiro de 2006 e agosto de 2007. As dietas de Psammobatis rutrum e Psammobatis extenta se mostraram basicamente carcino-bentofagas, com uma largura de nicho estreito. Rioraja agassizii foi considerada carcino/ictio-bentófaga, também com uma largura de nicho estreita. A espécie se alimenta com peixe e camarão, mas em proporções diferentes de acordo com a idade e sexo. A dieta de Rhizoprionodon lalandii foi considerada ictiófaga e não é influenciada pela idade ou sexo. As análises destas espécies e Atlantoraja cyclophora indicaram a formação de dois grupos tróficos: um composto pelas raias menores, P. extenta e P. rutrum, que basicamente se alimentam de pequenos crustáceos, poliquetos e nematodas; e o outro de R. lalandii e as raias maiores R. agassizii e A. cyclophora, que predam peixes teleósteos e brachyuras.(AU)

Seasonal variation in fish larvae at the entrance of Guanabara Bay, Brazil

Devido a crescente ação antrópica a qual está sujeita e sua importância sócio-econômica, a baía de Guanabara vem despertando grande interesse na comunidade científica. O presente trabalho objetivou analisar a variação quali-quantitativa temporal das larvas de peixes, relacionar a densidade das larvas com o ciclo nictemeral e verificar a influência dos ciclos de maré. Foram realizadas coletas, em um ponto localizado na entrada da baía, em setembro de 1995 e março de 1996. As coletas ocorreram nas marés de enchente e vazante ao longo de três dias. Os arrastos foram oblíquos, utilizando uma rede do tipo bongô com malhas de 500 µm. Foi coletado um total de 42 táxons. As famílias Engraulidae (Cetengraulis edentulus e Anchoa lyolepis) e Clupeidae (Harengula jaguana) ocorreram em grandes densidades e dominaram nas duas campanhas. As maiores densidades de larvas de peixes ocorreram durante a campanha de março, que apresentou altas temperaturas e baixas salinidades. Observou-se um padrão nictemeral em relação a abundância de larvas, com altas densidades durante a noite e baixas durante o dia. Os altos índices de diversidade encontrados ressaltam a importância desse ecossistema para várias espécies de peixes.